segunda-feira, 29 de julho de 2013

Viagem

E se nos encontrarmos em recaída
e sob braços alados, embarcarmos em dor
- dor esta que, sem rumor algum, recobre o peito escasso
e torna-se refém dum pudor abstrato
que retém o cruel significado
do meu e do teu calor?
E quanto aos dedos que deslisam
- hirto mastro
que cobrira
de líquido o meu corpo…?
Sob o lençol, profundo sopro
do raso oxigênio absorto.
E se teus olhos me pedirem
volta
e teu calor me prender,
escolta! os males em teu aguardo
e o amargo gosto do fel
que atiça a língua malévola
passeia livre
por entre os santos campos
remotos.
E se
meu beijo te acender a chama
e meu seio ascender a cama…
Se creio uma vez que me ama!
despenteio de uma só vez
a dama.
Aclama! que o grito já exposto
é drama.
E se
tu fores, ainda assim,
me chama? 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

No brando silêncio de teus lábios,
é todo branco o som que
por eles, ensoa.