Põe tua mão sobre o meu dorso
Faz passear tua língua molhada
até sentir o meu gosto
de pele branca e amarga.
Faz passear tua língua molhada
até sentir o meu gosto
de pele branca e amarga.
Teu dedo morno
acalentando meu lábio frio
Gozando
de mais um gozo
do meu rio.
acalentando meu lábio frio
Gozando
de mais um gozo
do meu rio.
Teus olhos soltos
vagando pelo quarto
escuro
Mil e um muros
que a vereda espanta
Numa voz que canta
para a minha alma sorrir.
vagando pelo quarto
escuro
Mil e um muros
que a vereda espanta
Numa voz que canta
para a minha alma sorrir.
E num instante único
nosso sonho é mártir
da realidade farta
do tempo que passa
do instante que esvai
e é peça
fundamental
do descaso causado
pelo desatino matinal
do eco da tua voz
que inexiste.
nosso sonho é mártir
da realidade farta
do tempo que passa
do instante que esvai
e é peça
fundamental
do descaso causado
pelo desatino matinal
do eco da tua voz
que inexiste.
Mas o teu beijo doce
e os pelos do corpo
e o gosto que perdura
e o rosto
solto em meu pensamento
Fazem-me desatento
ao fim do derradeiro alento
que antecede ao gozo.
e os pelos do corpo
e o gosto que perdura
e o rosto
solto em meu pensamento
Fazem-me desatento
ao fim do derradeiro alento
que antecede ao gozo.
O suor que escorre -
fruto duma noite enorme
que encurta a vida em três partes
[ - o antes
- o durante
- o depois]
fruto duma noite enorme
que encurta a vida em três partes
[ - o antes
- o durante
- o depois]
É desfecho.
É suspiro.
Quase morte.
É suspiro.
Quase morte.
A tua voz é pura sorte.