quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Busca insensata

O sentido exato
da exatidão contemporânea
A que se dá?

O velho riso frouxo
ao triste simplório gosto
do vindo perdido
Rompido deletério
esquecido
pelo tempo,
Tempo Rei
DA VIDA.

O sentido exato
a que se dá?
de que se vem?

Uma busca vã
de algo perdido
que se perdeu
ou não se sabe
exatamente
se aconteceu.

Uma busca!
Está-se a buscar
O que?
Não se sabe.

... O pretérito imperfeito
das causas perdidas
Obras desfalecidas
de um futuro que não vem!

A que se dá?
o frouxo do riso
o triste grito
do que
NUNCA
vem?

domingo, 8 de setembro de 2013

Sintoma I

Rasgar-se-ão as cartas
e todos os outros papéis
que guardam em si
a caligrafia torta
cujas palavras
mataram
e causaram dor,
Aliciaram o ego
transbordaram afeto
e gritaram o grito
incompreensivo
Agora proibido
que traz à mente
o teu nome em grego.

Misturar-se-á
a cor da água
ao vão
das mesmas palavras
já murchas
e dos toques
que perduram
e insistem
em maltratar.
O incolor da água
ao inóspito de teus rios
lacrimais
ao vão de teus pensamentos tolos
e das falas
injustificáveis...
Inacabáveis.

[Sobre o meu terno seio
contou fascínios tantos!
O leito guarda ainda o cheiro
do teu corpo amarelo,
de teus pretos pelos.]

Fecham-se os olhos
num piscar lento
e há vontade de não mais abri-los
e de dormir
e de sonhar...
e de não mais precisar
ter-te
aqui...
ao lado de meu corpo frio
fazendo de meu gozo
rio.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Protesto

Eis o vão!
Meu peito enrudecido e aberto
Grita a ternura em falta.

O vão!
Eis, então,
A aventura perplexa
O devaneio, em festa,
Faz sorrir a palestra.
(amontoado inútil,
multidão calada
mal colocada
mal revestida
de palavras
VÃS)

Eis o sentido
Ou a sua falta.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Fascínio

A mocidade dos seus lábios
O calor intenso de seus maços
esquecidos;
tragados;
Jazidos no infinito de seus olhos
claros
Como o sol de toda manhã.
Seu corpo conduz-me
à indecência
Retorce o meu riso
em pura inocência
peculiar a quem abdica
da dor.
São seus dois olhos!
Astros.
Claros rios cálidos
de cuja opacidade
tem capacidade
de tomar toda
e qualquer
realidade
que cerque
ou meça
a minha lisonja.