domingo, 8 de setembro de 2013

Sintoma I

Rasgar-se-ão as cartas
e todos os outros papéis
que guardam em si
a caligrafia torta
cujas palavras
mataram
e causaram dor,
Aliciaram o ego
transbordaram afeto
e gritaram o grito
incompreensivo
Agora proibido
que traz à mente
o teu nome em grego.

Misturar-se-á
a cor da água
ao vão
das mesmas palavras
já murchas
e dos toques
que perduram
e insistem
em maltratar.
O incolor da água
ao inóspito de teus rios
lacrimais
ao vão de teus pensamentos tolos
e das falas
injustificáveis...
Inacabáveis.

[Sobre o meu terno seio
contou fascínios tantos!
O leito guarda ainda o cheiro
do teu corpo amarelo,
de teus pretos pelos.]

Fecham-se os olhos
num piscar lento
e há vontade de não mais abri-los
e de dormir
e de sonhar...
e de não mais precisar
ter-te
aqui...
ao lado de meu corpo frio
fazendo de meu gozo
rio.


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