domingo, 31 de março de 2013

Relato póstumo

O vazio que deixas preenche, 
inebria!
O sorriso falido que entregas,
arrepia!
E nada fora o vão inteiro
que tomou conta
por deixar-se só - -
Apenas!
Jogado ao léu,
às enfermidades e afins.

Sendo assim fui
riso fácil.
Atirada às tentações
grotescas dum disperso
coração sem sentido,
fugidio.
Que perdia-se, apenas.

É o vazio, ainda!
Esta imensa tormenta sem fim;
que desgasta meu corpo,
devasta,
Se atira a mim sem pudor
ou censura
E acaba por atiçar-me 
a malevolência,
Tomar-se parte das alegrias,
arrancando-as!
Deixando-me assim, só!
tendo nas mãos o próprio
atestado de óbito
e nos olhos, puro sangue.
(as linhas que se seguem fazem jus
a minha dor)
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O riso teu me é lágrima!
Teu Adeus, tiro certeiro:
me entope as veias, 
seca o coração,
decepa a Juventude!
Enquanto meu corpo,
por Amor às Condições,
a Si Próprio e Mim Mesma,
é esquartejado e consagrado
em terreno desconhecido.

Por tentação a partida
tu me partes.
(as mãos tuas estão ainda
sujas do sangue que escorre
lentamente 
por meus olhos).

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