domingo, 14 de abril de 2013

Um pedido, duas mortes

Tu me vens de olhos tristes
Enrolando, perecendo o peito;
Com a boca a sangrar, insistes
Que eu morra em teu próprio leito.

E meus olhos, fascínios de espanto puro
Reconhecendo a dor em teu tom
Se formam, num segundo, barreira, muro.
Terás tu, maldito dom?

Capaz de
Atiçar-me a masoquia,
Fazer-me puro sofredor...
Está certo, também eu
quereria?

[Tornando-me dor, aceito
Do fundo de todo o peito
Morrer da tua dor, enterrar-me
em vosso leito;
Nas tuas injúrias, em teu calor.]

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