sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

"Não descritivo"

Não sendo eu o grito comum aos desesperados, que suicida as cordas vocais por tentativa absurda de suprir a ausência ou tormenta qualquer, satisfaz-me o viver. Sendo a perfeição mútua causada pelo caos que me acolheu logo à maternidade, creio no insípido matrimônio da sanidade e loucura, pois num oposto perplexo, num quase incansável (ou infindável) esgoto de errantes, atiço o prazeroso riso que causa arrepio. Sendo, eu, o absurdo inevitável, que causa morte ao espírito, ao corpo e à mente, decreto sentença de morte a mim mesma, querendo assim, morrer por causa nobre. Há de ser motivo, onde na Terra não seria suicídio, se é aos olhos do Criador (não se sabe ao certo do que). Tudo o que cumpre-se aqui, paga-se penitência de igual dor na morte que já não é ausência de vida, e sim excesso. Excesso da dor carregada, dos frutos e laços não desvinculados, pois causa inchaço ao corpo e ao útero que já não abriga ser algum, nem é capaz de fazê-lo. Sou assim, então, o fruto do pecador, que todos no final são. Sem batismo que cure. Sem água benta ou palavra Divina. Cumpro o pecado cravado em mim como não se sabe o que. Ao fim das contas, todas as vidas são penitência indiscutível.

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